Se pegarmos como exemplo um caminhão trator mais semi-reboque três eixos, podemos dizer que o peso médio desse tipo de veículo é de 50 toneladas.  E onde tudo isso fica apoiado? Sim, sim…nos pneus!

“Essa informação já nos dá uma ideia do quanto os pneus são fundamentais para a segurança de um veículo pesado, como um caminhão. Por isso, os cuidados, por mais básicos que possam parecer, fazem a diferença na hora de trafegar, frear, estacionar”, comenta Paulo de Quadros, da área de Desenvolvimento de Competências da Volvo do Brasil.

Um dos cuidados iniciais é verificar a pressão dos pneus, o estado dos sulcos, se há pedras presas neles. Se houver pneus de rodagem dupla no eixo traseiro do veículo, é importante verificar todos eles, assim como o estado de calibragem do estepe. Outra dica é verificar o desgaste dos pneus das rodas da frente, para avaliar o alinhamento da direção e eixo de tração.

“Quando corretamente calibrados, os pneus oferecem maior resistência a rachaduras, furos e outros danos. Ou seja, têm maior durabilidade e, com isso, o veículo tem maior aderência ao solo, maior estabilidade, mais conforto, menor consumo de combustível e menos oscilações na trajetória do veículo”, destaca Paulo. Apenas 3 PSI (pressão de ar) abaixo do indicado já acarretará um acréscimo de 2% no consumo de combustível e diminuirá a vida útil dos pneus em até 10%. Por isso, também é importante seguir a calibragem e as revisões de manutenção dos pneus conforme indicado pelo fabricante, bem como as recomendações sobre o pneu adequado para cada aplicação.

Os pneus são tão importantes, que mesmo estando tudo em ordem com eles, também é preciso contar com a habilidade e o bom treinamento dos motoristas para que ações corretas sejam realizadas em casos extremos, como uma derrapagem. “A derrapagem acontece quando um ou mais pneus perdem a aderência com o leito da estrada por causa da água, óleo, pedriscos, areia. Nessas condições, o veículo se desloca para o lado do pneu derrapante e o reboque pode ser projetado lateralmente, formando ângulo com o cavalo. Se o ângulo ultrapassar o limite de 15º, a dificuldade de manter o controle é muito grande, isso é conhecido como efeito “L” ou “canivete”, explica Paulo.

Se isso acontecer o que deve ser feito? Segundo Paulo, “acelerar e manobrar o volante para levar a carreta ao realinhamento. Além disso, use o freio da carreta com cautela e use o freio de serviço, em toques leves, até obter o controle do veículo. E, se possível, use o freio motor, o retardador e o ABS da carreta”.

Enfim, se as estradas já oferecem tantos perigos como falta de manutenção ou de sinalização, motoristas imprudentes circulando em volta e intempéries, como chuvas fortes ou neblina, porque arriscar ainda mais descuidando dos pneus?